Thursday, August 07, 2008

Deusa da Fertilidade


3 comments:

Anonymous said...

Maria já foi á serra de Arga?
A Serra d’Arga, está situada no concelho de Caminha, é formada por várias montanhas tendo a mais alta 827 metros e ocupando todo o maciço a área entre os rios Minho e Lima, no distrito de Viana do Castelo.

Segundo os estudiosos é riquíssima em magnetismo e este pode ser responsável pela cura de inúmeras doenças, entre as quais a infertilidade, embora não haja ainda certeza de estudos científicos comprovados sobre a matéria.

Acredite-se ou não ninguém perde nada em dar um saltinho até lá, pelo menos visita-se uma das regiões mais bonitas de Portugal com uma paisagem de cortar a respiração.

O rio Âncora nasce nesta Serra e corre cerca de 19 km até desaguar no Oceano Atlântico, junto à bonita Vila Praia de Âncora. Região povoada desde tempos imemoriais, nela viveram os celtas, árabes e romanos, todos deixando vestígios identificados e registados. Citaremos, como exemplo, a estação paleolítica do Caído, localizada perto da capela de Santo Isidro, que se acredita remontar a 8000 a.C..

No reinado de Afonso III das Astúrias, anos 866-910 da era cristã, teve início o repovoamento do território entre os rios Douro e Minho, desenvolvido mais tarde com sua inclusão no Reino de Portugal.



A abundância de minérios na Serra d’Arga sempre foi conhecida existindo vestígios de extracção de ouro, prata, estanho, tungsténios variados, dos quais se destaca o volfrâmio, largamente explorado aquando da última guerra mundial.

Trabalhos de prospecção levados a cabo em 1970/71 pelos Serviços de Fomento Mineiro reconheceram a existência de reservas de algumas dezenas de milhões de toneladas de minério de tungsténio, descobertas em “sondagens projectadas essencialmente com base em anomalias, magnéticas”, igualmente registadas em diferentes locais da Serra, como minas de Valadares, Lapa Grande, Fraga e Fervença.

Do relatório que existe consta a afirmação de que “a pirrotite possui susceptibilidade magnética relativamente elevada”, tendo sido aplicado o magnetómetro com vista à localização das concentrações do minério no subsolo.

Que saibamos, não está estudado em Portugal o efeito deste magnetismo mineral nos seres humanos.

A Serra d’Arga será, sem dúvida, um dos locais privilegiados para tal estudo, a começar por São João d’Arga, cuja festa é realizada anualmente, nos dias 28 e 29 de Agosto, sendo das mais populares e com maior frequência de todo o Alto Minho.

A actual capela, que alguns estudiosos pensam ser o único vestígio do Mosteiro Máximo, tem no Altar-mor, todo em granito, gravada a data de 1333; os quartéis construídos de um lado e outro da Capela servindo para abrigar parte dos peregrinos foram construídos no início do século passado.

É sabido que muitos casos de infertilidade têm origem na falta de dinâmica dos espermatozóides, que, mesmo sendo aos milhões, não atingem o óvulo.

Deixamos aos cientistas especializados o estudo da influência que terá um mais elevado magnetismo ambiental no período de cinco minutos após a relação sexual, quando os espermatozóides vão ao encontro do óvulo e ocorre o “milagre” da fertilização.

As lendas da Serra d’Arga são várias como a da Pedra dos Casamentos:
um penedo redondo, só acessível por um carreiro, ao qual muitas pessoas atiram pedras na esperança de que alguma lá fique em cima, sinal de casamento nesse ano.
Trata-se de uma tradição popular muito antiga, mas não consta que alguém tenha tido sorte.

Como a fertilidade nada tem a ver com o casamento os “filhos” de São João d’Arga continuarão a nascer pelos anos que se seguem. E a sentirem, já quando adultos, a força magnética que os marcou.

Por isso, mais do que por religiosidade, divertimento ou culto da tradição, poderão ser motivados a deslocarem-se de longe, muitos do estrangeiro, para em 28 e 29 de Agosto, a pretexto de prestarem homenagem a São João d’Arga, obedecerem a uma herança genética de que não tomam consciência, mas que terá programado os 46 cromossomas que compõe toda a informação hereditária requerida para a criação do ser humano que somos.

O jornal “Caminhense”, em 24/08/07, entrevistou o presidente da Junta de Freguesia de Arga de São João, Marinho Cruz, a quem perguntou: São João d’Arga continua a levar à Serra, todos os anos, milhares de pessoas.

O que é que tem de ESPECIAL a festa para atrair tanta gente?
*

Maria said...

Em primeiro lugar, quero agradecer este seu comentário: muito obrigada! :)

Infelizmente ainda não visitei a serra de Arga. Já fez parte de vários planos de passeios ao fim-de-semana, mas ainda não se concretizou. Mas, não faltará muito...

A Serra de Arga é referida na colecção Enigmas - Lugares Mágicos de Portugal, de Paulo Pereira, no livro Montes Sagrados, Altos Lugares e Santuários. Diz, entre outras coisas, o seguinte: "Os picos da serra encontram-se marcados por grandes afloramentos graníticos onde abundam lajes ondeadas e pedras em equilíbrio instável, sendo marcada por diversos lugares eleitos, onde foram feitas gravuras rupestres de carácter mágico-religioso. Na realidade, a serra de Arga foi um monte sagrado, a que se juntava a sua qualidade de bosque sagrado durante a proto-história.(...) O seu nome terá, de resto, origem antigo-europeia, sendo que ARGA ou o radical ARG designaria «montanha»(...)".

Confesso que nada sabia sobre os "filhos" de São João d’Arga. As lendas de Arga são muitíssimo interessantes. Obrigada. :)

"Certamente, e sem margem para dúvidas, há determinados enclaves que influem no ser humano pelas suas características telúricas ou pela sua posição geográfica explícita. O facto de ainda não se conhecer a natureza especial dessas características ou a razão exacta dessa posição geográfica não suprime um único grama à realidade incontroversa que encerra." A frase é de um autor de quem gosto muito: Juan Atienza. E eu concordo em absoluto.

:)

O Galaico said...

Os Arabes nunca viveram na serra d'arga nem tão pouco acima do Douro. Andaram em guerra sim mas nunca estabeleceram postos de controlo em lado nenhum. Alias, em poucos anos foram corridos do reino da Galécia desde as Asturias até ao rio Douro, libertando o reino de qualquer domínio Mouro.