Tuesday, August 12, 2008

Pedra Tau

Procuramos a Pedra Tau. Sim, já sabíamos que existia. :)
E encontramos no meio de um pequeno bosque de carvalhos este misterioso Tau escavado na rocha, de razão áurea: 1,618

"Essa importante razão, chamada de Secção pelos gregos antigos, de Proporção Divina por Luca Pacioli (1509) e de Secção Dourada por Leonardo e seus seguidores, tem propriedades únicas que a recomendaram aos geómetras desde os tempos egípcios. (...)
A Secção Dourada tem sido reverenciada através de toda a his­tória. Platão, no Timeu, discutiu-a como a chave da física do Cosmos. Luca Pacioli, geómetra renascentista, publicou a sua influente obra De Divina Proportione em Veneza em 1509 e até mesmo o arquitecto moderno Le Corbusier planeou um sistema modular de proporção baseado nessa antiga mas pode­rosa razão."
Nigel Pennick, Geometria Sagrada: Simbolismo e Intenção nas Estruturas Religiosas.

Vejamos também o que nos diz Juan Atienza a propósito de
Touros, Labris e Tau:
"(...)A era de Touro corresponde, na precessão equinocial, aos anos 4513 a 2353 a. C. e caracteriza-se, nas civilizações históricas, pelo culto a divindades táuricas. É a época de Apis e Athor no Egipto, dos touros alados babilónicos, do touro Tarnos céltico, do touro irlandês de Cualungé. É, também, a época do esplendor cretense de Cnossos e do minotauro, da fundação da primeira Tróia (3000 a.C.), das culturas urbanas da Índia (2800 a.C.) e da fundação de Tiro (2750 a.C.). Nessa época, exactamente no ano 3760 a. C. principia a era judaica.

É uma longa época de 2160 anos, em que floresceu universalmente o miolo de uma cultura da qual apenas a simbologia e os cultos deixam entrever a realidade. Mas essa cultura e esse reconhecimento foram procurados pelo Cadmos fenício, e o resultado pôde muito bem consistir na acumulação de um saber em todas as ordens, de que só restam as notícias, as recordações e as suspeitas. (...) Toda uma carga de conhecimentos - toda uma carga de saber total, em última análise - simbolizada pelo culto do touro e pela imagem desse touro e dos sinais abstratos que o definiam e lhe conferiam a sua transcendência: o Labris cretense e o Tau.

O mesmo Tau que os templários arvoraram como insígnia e simbolizava menos o Templo que o Templo de sabedoria e conhecimento que procuraram por todos os meios ao longo dos seus escassos duzentos anos de existência oficial.

Um Tau cósmico que servia menos de insígnia que de módulo, menos de sigla que de sinal de conhecimento. O Tau era o apoio do báculo do grão-mestre como o compasso era o sinal que conferia à divindade o atributo de grande arquitecto do Universo. Era regra e sinal de reconhecimento, um dos muitos sinais que os templários tomaram de sabedoria antiga e desconhecida e lhes serviria para localizar, com a sua ajuda, os lugares da Terra onde se podia adquirir o conhecimento."

9 comments:

Anonymous said...

Interessante.
Mas tipo porque se diz que as vezes,muitas vezes as pessoas estao com o TAU?
e as vezes tambem se diz vais levar tau tau lol xD
*

Anonymous said...

interessante este blog que felizmente parece falar apenas acerca da cultura do noroeste ou seja a cultura galaica, a nossa verdadeira nação.
Descobri o blog pelo forum-gallaecia.net e a partir de agora certamente tentarei acompanha-lo.

A Respigadeira said...

Maria, peço desculpa pela minha curiosidade, mas podes dizer-me onde foi tirada esta fotografia? É mesmo muito importante para mim.

Beijinhos

Maria said...

A pedra tau fica em Garfe, Póvoa de Lanhoso - w 8,25254 n 41,52760
Estacionar w 8,25041 n 41,52883

Mas se quiseres, manda-me um mail para triskelzinho@gmail.com, podemos combinar e eu vou lá contigo, durante o fds. Era uma boa razão para lá voltar. :)

A Respigadeira said...

Maria,

bem me parecia! Mas estava com dúvidas se era mesmo a pedra que é conhecia pela Pia dos Mouros (que não tem rigorosamente a ver com a cultura moçarabe!)

Eu conheço muito bem o local e a pessoa que é dona da propriedade! =)

Às vezes interrogo-me se a vida é feita de destinos e porque é que sinto uma ligação tão grande com a cultura celta / castreja...

Obrigada querida!

Beijinhos

O Galaico said...

Hmm.. Visitei-a muito recentemente numa tarde em que não tinha nada que fazer...

Não senti nada especial mas deixei mente divagar tentando recriar os sacrifícios que lá foram feitos...

Obviamente, se retirarmos as toneladas de terra que a agricultura acumulou ao longo dos séculos nota-se que esta é apenas +arte de um enorme monólito.

Não foi dificil encontrar mais covas à volta da pedra principal...

Ali se sacrificavam virgens e animais. Numas covas guardava-se o sangue, noutras queimavam-se as entranhas em honra dos Deuses e adivinhava-se o futuro...

Tal como Estrabão relatou...

Maria said...

Não me parece que a tua associação da Pedra Tau a antigos sacrifícios esteja correcta. Os sacrifícios podem ter acontecido numa época tardia, mas a veradeira e primeira finalidade da Pedra Tau acredito que seria outra...

Robert Charroux afirmava que as pedras baptismais das igrejas tinham a sua origem nas antigas cúpulas célticas onde a água nunca se esgotava - que teriam igualmente uma função iniciática.

Actualmente, é muito difícil encontrar ainda essas velhas cúpulas célticas, essas pias nas rochas em que a água-mãe nunca se esgota, mesmo em verões muito quentes.

Elaneobrigo said...

é sem dúvida um local muito especial e enigmatico.

logicamente este local foi utilizado para diversos fins.

o que mais me impressiona é o facto de ainda existir nos nossos dias. é um autentica reliquia.

só para terem uma ideia, na minha terra cada penedo existisse num campo de cultivo era automáticamnte desvastado à bomba!

pena não haver sinalizações nem musialização in locu..

faço uma sugestão para que se contacte os responsáveis pelo patrimonio da camara de povoa de lanhoso sobre este assunto.

Pedro Teixeira da Mota. said...

Bela imagem do que tanto pode ser uma simples sepultura antropomórfica como uma parte de um complexo cultual. O texto de Nig é valioso, Atienza já é por vezes bastante fantasioso...
Perdida a clarividência antiga, e na escassez dos dados históricos vale a sensibilidade de cada um... Do Tau, do qual tanto se pode dizer, de S. Antão aos Templários e construtorese, vejemo-lo ainda como a energia da coluna vertebral, como a força da vontade e eixo do mundo, ou mesmo o Tao ou Caminho da sabedoria perene trilhado por todos nós...