O sol chámanlle Lourenzo,
e á luna Margarida;
Margarida anda de noite
e Lourenzo pol-o día.
Cancionero Popular Gallego, José Pérez Ballesteros, Madrid, 1886.
Summer Idyll by Auguste Levêque (1866 -1921).
Friday, March 26, 2010
Thursday, March 11, 2010
Sermão do Santo Eloy
Sermão de Santo Eloy, do século VII :
Que nenhum christão não repare no dia em que saia de casa, nem na hora em que entre, porque todos os dias são obras de Deus;
Que ninguem se regule pela lua para emprehender qualquer cousa;
Que nenhum christão ligue credito ás rimas nem aos cantos magicos, porque são obra do diabo;
Que na festa de S. João, e em outras solenidades dos santos, que se não faça caso do solstício;
Que nenhum christão accenda candeias, nem faça votos nos templos pagãos á borda das fontes, ao pé das árvores, nas florestas ou nas encruzilhadas;
Que ninguém suspenda amuletos ao pescoço de um homem ou de qualquer animal;
Que ninguém faça lustrações para a prosperidade das ervas ou das cearas;
Que ninguém faça passar os seus rebanhos através das arvores ocas, ou de excavações no solo, porque é ao demónio que os querem consagrar;
Que nenhuma mulher se enfeite com collares de ambar;
Que ao tecer ou tingir a têa não invoqueis nem Minerva nem outra divindade funesta;
Não temais começar qualquer obra na lua nova;
Não invoqueis o Sol e a Lua com o nome de Senhores, não jureis por elles...
O Povo Portuguez nos seus Costumes, Crenças e Tradições, Teófilo Braga, 1885
Que nenhum christão não repare no dia em que saia de casa, nem na hora em que entre, porque todos os dias são obras de Deus;
Que ninguem se regule pela lua para emprehender qualquer cousa;
Que nenhum christão ligue credito ás rimas nem aos cantos magicos, porque são obra do diabo;
Que na festa de S. João, e em outras solenidades dos santos, que se não faça caso do solstício;
Que nenhum christão accenda candeias, nem faça votos nos templos pagãos á borda das fontes, ao pé das árvores, nas florestas ou nas encruzilhadas;
Que ninguém suspenda amuletos ao pescoço de um homem ou de qualquer animal;
Que ninguém faça lustrações para a prosperidade das ervas ou das cearas;
Que ninguém faça passar os seus rebanhos através das arvores ocas, ou de excavações no solo, porque é ao demónio que os querem consagrar;
Que nenhuma mulher se enfeite com collares de ambar;
Que ao tecer ou tingir a têa não invoqueis nem Minerva nem outra divindade funesta;
Não temais começar qualquer obra na lua nova;
Não invoqueis o Sol e a Lua com o nome de Senhores, não jureis por elles...
O Povo Portuguez nos seus Costumes, Crenças e Tradições, Teófilo Braga, 1885
Wednesday, March 03, 2010
A Serração da Velha
Hoje é a terceira quarta-feira da quaresma, noite tradicional da serração da velha.
Teófilo Braga, no seu livro O Povo Portuguez nos seus Costumes, Crenças e Tradições - volume II, de 1885, diz o seguinte: "A Quaresma é representada como uma entidade, e logo que se chega a metade d'este período de sete semanas, faz-se a Serração da Velha. Entre os Árabes, os sete dias de solsticio do inverno são chamados os dias da Velha; Gil Vicente, no Triumpho do Inverno representou o inverno como a Velha, perseguida pelo Maio moço ou o verão." (...) "As cerimonias populares da Serração da Velha variam segundo as localidades; porém sempre na noute da quarta feira da terceira semana da quaresma: celebra-se à luz de archotes, com musica e algazarras, fingindo-se serrar através do corpo uma velha mettida n'um cortiço, e chamada Maria Quaresma. O testamento da velha, enfiada de pulhas em verso de pé quebrado, tem sido por muitas vezes feito e impresso."
E, como é esta a noite, aqui fica a transcrição de um belo testamento da serração da velha.
Teófilo Braga, no seu livro O Povo Portuguez nos seus Costumes, Crenças e Tradições - volume II, de 1885, diz o seguinte: "A Quaresma é representada como uma entidade, e logo que se chega a metade d'este período de sete semanas, faz-se a Serração da Velha. Entre os Árabes, os sete dias de solsticio do inverno são chamados os dias da Velha; Gil Vicente, no Triumpho do Inverno representou o inverno como a Velha, perseguida pelo Maio moço ou o verão." (...) "As cerimonias populares da Serração da Velha variam segundo as localidades; porém sempre na noute da quarta feira da terceira semana da quaresma: celebra-se à luz de archotes, com musica e algazarras, fingindo-se serrar através do corpo uma velha mettida n'um cortiço, e chamada Maria Quaresma. O testamento da velha, enfiada de pulhas em verso de pé quebrado, tem sido por muitas vezes feito e impresso."
E, como é esta a noite, aqui fica a transcrição de um belo testamento da serração da velha.
Subscribe to:
Posts (Atom)