Thursday, April 16, 2009

"E agora algo completamente diferente..."

Ultimamente sinto-me aprisionada nas minhas oito horas de trabalho em frente a um computador. Quero ser livre e crescer na minha liberdade.

Estou farta de calcular minutos, horas, dias. Coisas que não passam de meros conceitos teóricos, o que medimos na verdade é a rotação da terra. Contudo, ai de nós se nos atrevermos a falar da roda do ano, se sentirmos no nosso corpo o ritmo da terra, que para este nosso mundo moderno já nada mais é do que um conceito teórico.

Somos devorados pelo tempo, não porque se vive no tempo, mas porque se crê no tempo.

...

Bem, ultimamente tenho lidado com umas quantas pessoas que apregoam até ao infinito as suas certezas. Certezas científicas. Interrogo-me se saberão que entrando num campo científico por excelência, a mecânica quântica, não deparamos com certezas, mas com probabilidades. Um átomo não está numa determinada posição nem se movimenta numa determinada direcção. Há a possibilidade de ele estar em qualquer lugar, movimentando-se em diferentes direcções e velocidades.

Estou farta de certezas. Estou farta que me digam o que devo fazer. Estou farta de normas. Contudo, reconheço que existem sempre normas. Não podemos fugir disso. Mesmo quando não reconhecemos outra norma que não seja a nossa norma, temos ainda essa norma. A nossa liberdade baseia-se sempre na norma.

In the morning of the world by George Percy Jacomb-Hood, 1896.


3 comments:

Amergin da Lusitânia said...

O Homem sente-se mais confortável a viver numa ilusão do que questionar-se se há algo mais além. Dá uma falsa sensação de segurança. Mas ainda assim, é uma "segurança". Num mundo de falsidade, o que seria de esperar?...

elaneobrigo said...

devo dizer que dentros das normas existem sempre excepções...

até a liberdade tem normas... a nossa liberdade acaba onde a do outro indivuo começa... ou ainda melhor, a nossa liberdade acaba onde a "liberdade" da natureza começa...

mas demaziadas normas tornam-nos vazios e matam-nos aos poucos!

A Respigadeira said...

Maria, este texto reflecte a minha situação actual. Se bem que passei já para a fase da grande desilusão e frustração...

Beijinhos