Hoje ao responder a um post no blog de um amigo, voltei ao sempre eterno tema do tempo cíclico. É um dos meus estandartes. Vejamos a este respeito o que nos diz Philip Carr-Gomm:
“Pensa na tua vida e nos respectivos acontecimentos. Coloca-os numa linha com o teu nascimento numa ponta e a morte na outra. E aqui tens uma linha isolada, que começa e termina no vazio. (...) Existem outras linhas que podem estender-se em paralelo com a tua, colidir com ela ou atravessá-la, mas todas elas terminarão como começaram: com nada. (...) Mas ambos sabemos que a vida não é bem assim: sabemos que a morte é seguida pelo renascer, tal como nos comprova o renascer da vida que ocorre na Primavera e, se tivermos sorte, vemos isso também quando procuramos no fundo da nossa memória.”
“Nascemos, vivemos e morremos. (...) O que é que está no centro deste círculo? O quê ou quem é responsável por este movimento circular? (...) A minha alma, a minha verdadeira identidade, que perdura em todas as minhas vidas.”
“Agora esqueçamo-nos do indivíduo e olhemos para o mundo. As estações do ano são claramente cíclicas: sucedem-se umas às outras, inexoravelmente. Por isso podemos dispô-las num círculo, o círculo do ano. O mesmo acontece com os dias: cada dia nasce de madrugada, atinge o seu ponto alto ao meio dia e depois começa a escurecer, dando lugar à noite, altura em que morre, renascendo depois na madrugada seguinte. (...) O círculo do dia e o círculo do ano tem afinidades: o Inverno é como a morte da noite, quando tudo fica quieto. A Primavera é como o nascer do dia, quando os pássaros acordam e louvam o céu. O Verão é como o meio-dia, uma altura de calor máximo e em que o crescimento é maior. E o Outono é como o fim de tarde, pois até mesmo as suas cores se parecem com as cores do pôr-do-sol. Temos assim dois ciclos da Terra em sintonia. (...) aquilo que provoca especificamente o ciclo do dia e as estações do ano é o sol. É ele que faz girar a roda. (...) E que ligação julgas existir entre o teu ciclo e o ciclo da Terra? (...) A primavera corresponde à época da tua infância, o Verão à fase mais jovem da idade adulta, o Outono à tua fase madura e o Inverno à tua morte. E no centro da tua vida está a tua alma, tal como o centro da roda da Terra está o sol.”
A roda do ano, a roda óctupla, “baseia-se na profunda e misteriosa ligação entre a fonte das nossas vidas individuais e a fonte da vida do Planeta, reconhecendo oito períodos particulares durante o ciclo anual que são muito significativos e marcados por observâncias especiais. Desses períodos, quatro são de carácter astral (directamente associados à posição do sol no céu), enquanto os outro quatro se encontram relacionados com a vida da Terra e as fases da lua. Se associarmos o sol ao princípio masculino e a lua ao princípio feminino, verificamos que este esquema oferece um conjunto equilibrado de ligações entre as observâncias correspondentes a um e a outro desses princípios.”
Citações retiradas do livro Os Mistérios dos Druidas, de Philip Carr-Gomm, Editora Zéfiro, 2008.
p.s. Já agora, deixo o link para o lugar dos meus sonhos e devaneios: Clareirazinha. :)