Tuesday, September 09, 2008

Para recomeçar... do começo.

"Recuso-me a ver o existêncialismo como apenas outra moda ou curiosidade histórica, pois era algo importante a oferecer ao novo século. Receio que estejamos a perder as virtudes de viver apaixonadamente, assumindo responsabilidade por quem somos... fazendo algo por nós e estando bem com a vida. O existêncialismo é discutido como uma filosofia do desespero, mas acho que é o oposto. Uma vez, Sartre disse que nunca sentiu um dia de desespero na vida. Uma coisa que nos chega da leitura destes autores, não é tanto uma sensação de angústia mas, uma espécie de exuberância de se sentir acima da própria vida. É como se a vida fosse para ser criada por nós."

"... os nossos actos fazem diferença."

"A mensagem é: nunca devemos anular-nos e ver-nos como vítimas de várias forças. Quem somos é sempre decisão nossa."

"A demanda é ser-se libertado do negativismo, que é realmente a nossa própria tendência para o nada. Em se dizendo «SIM» ao instante, a afirmação é contagiosa. Explode numa corrente de afirmações que não conhece limite. Dizer «SIM» a um instante é dizer «SIM» a toda a existência."

"O momento não é apenas um vazio passageiro, um nada... é um vazio com tal volume que o grande momento, a grande vida do universo está a pulsar nele. E cada um, cada objecto, cada lugar, cada acto, deixa uma marca..."

"Sabes o que Benedict Anderson diz da identidade? Ele fala, por exemplo, de um fotografia de bebé. Pegas numa imagem a duas dimensões e dizes: «sou eu». Para realmente relacionares este bebé da imagem contigo mesmo, actualmente, tens de criar uma história. É necessária uma história, que é na verdade ficção, para te tornar a ti e ao bebé idênticos. Para criar a identidade.
As nossas células regeneram-se completamente de sete em sete anos... Fomos a todos os níveis várias pessoas diferentes. Contudo, permanecemos essencialmente nós mesmos sempre."

"Nós, os inquietos, continuamos à procura... preenchedo silêncios com desejos, medos e fantasias. Induzidos pelo facto de que, por mais vazio que o mundo parecesse, por mais degradado e gasto... tudo era possível. Dadas as circunstâncias certas, um novo mundo era tão provável como o velho."



"Se o mundo é falso e nada é verdadeiro, tudo é possível."



"Há dois tipos de sofredores: os que sofrem por falta de vida e os que sofrem por excesso de vida."

"O fosso entre Platão ou Nietzsche e o homem comum é maior do que aquele que existe entre o chimpanzé e o homem comum. O domínio do verdadeiro espírito, do verdadeiro artista, do santo, do filósofo, raramente é atingido. Porquê tão poucos? Por que razão a história e a evolução não são histórias de progresso mas uma interminável e fútil adição de zeros? Não se desenvolveram valores mais nobres. Os gregos, há 3 mil anos, eram tão avançados como nós. Quais são as barreiras que impedem as pessoas de alcançarem o seu verdadeiro potencial? A resposta a isso pode ser encontrada noutra pergunta, que é: qual é a característica humana mais universal? O medo ou a perguiça?"

"Não espero o futuro antecipando salvação, absolvição ou sequer esclarecimento. Acredito que esta perfeição defeituosa é suficiente e completa em todos os inefáveis momentos."
"A afirmação da liberdade resume-se à negação da limitação."


WAKING LIFE, RICHARD LINKLATER

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