Thursday, September 18, 2008

Preparando a festa do Equinócio do Outono.

O Equinócio do Outono, sendo um equinócio, um momento em que a noite é igual ao dia, é assim uma altura em que o Yin e o Yang se equilibram. É sobretudo isso, um tempo de equilíbrio.

Este ano, eu estou realmente a precisar de encontrar o meu equilíbrio, de modo que vou começar a preparar esta minha festa, onde tentarei também eu interiorizar esse equilíbrio.

Reservo o dia do Equinócio de Outono, na próxima segunda-feira, para as minhas celebrações pessoais. Começarei, então, a celebrar no domingo à tarde, em parte por questões laborais. O que também está certo...

Eu e os meus amigos, começaremos então no domingo à tarde, vamos plantar árvores, cada um de nós levará uma árvore para plantar - até porque agora é que é a altura certa para plantar árvores e não na primavera. Depois, teremos o habitual chá e scones no meio da natureza. Terminaremos com um jantar na minha casa. :)

Que mais? Lembraremos o tradicional mito desta festa, o mito de Perséfone. Conhecem-no, certamente. Mesmo assim, permitam-me resumi-lo.

Segundo o antigo mito, no dia do Equinócio de Outono, Hades (o deus grego do Submundo) encontrou a bela e jovem Perséfone, que colhia flores. Ficou tão encantado com a sua beleza que, instantaneamente, se apaixonou por ela. Agarrou-a, raptou-a e levou-a para a escuridão do seu reino, no Submundo. A deusa Deméter, mãe de Perséfone, procurou-a por todos os lugares mas, não a encontou. O seu sofrimento foi tão intenso que as flores e as árvores começaram imediatamente a murchar e a morrer. Os outros deuses viram-se então obrigados a negociar com Hades o retorno de Perséfone. Hades aceitou devolvê-la, desde que ela nada comesse no seu reino. Porém, a bela Perséfone foi enganada e comeu uma pequena semente de romã, tendo, então, que passar metade de cada ano com Hades no Submundo, por toda a eternidade.

E também nós comeremos as tradicionais sementes de romã. Comemo-las de livre vontade, sem enganos, assumindo que também nós aceitamos sem medo descer ao nosso submundo, porque sabemos que o regresso à claridade será sempre inevitável. É um ponto importante, sabem? Precisamos dos mitos que nos indicam o caminho... nesse momento de equilíbrio no mundo, com a noite igual ao dia, lembraremos a jornada de Perséfone. Lembraremos a nós próprios que precisamos tanto da noite como do dia, e lembraremos que o equilíbrio é sempre possível. E que temos que aceitar a nossa luz e as nossas trevas...

É este o mito. Um mito universal, como são todos os mitos.

É este o festival.

São estes os rituais.

É este o meu paganismo.

3 comments:

Maria said...

Maria -- Vai ser um jantar volante. Vês algum problema nisso?
Alexandre -- Não, desde que ninguém deixe o prato em cima do piano. O outro só se safou porque era um ditador.

Hehehehe... conhecem a referência, não conhecem? ;)

Suevo said...

Para além de plantar arvores vais fazer algo mais?

Há que começar a organizar este tipo de actividades, muito bem!

Maria said...

Eu faço sempre uma festa. Cada um dos festivais pagãos são celebrados, na minha casa, como verdadeiras festas. Tudo é decorado de acordo com a data. A própria comida é decorada a preceito. Acredita, só com isso a sensação de festa é imediata!
(Hum, parece-me que o melhor é colocar umas fotos num novo post... uma imagem vale por mil palavras, não é?)

Começamos sempre as festividades, à velha maneira pagã, com o pôr dos sol da véspera do festival, que se prolonga até ao pôr do sol do outro dia. :)