O sentimento pagão da divindade viva consistia sobretudo em sentir a divindade em tudo. Daí a solenidade da invocação de Demóstenes quando invocava todos os deuses e todas as deusas. Há que ter em atenção, como insiste Unamuno, que o termo deus é um adjectivo, uma qualidade predicada de cada um dos deuses, assim, o deus não é mais do que o divino. E eu não vejo que necessidade há de substantivar o termo deus, de lhe criar uma persona, de o transformar efectivamente numa personagem. A natureza divina é sempre incognoscível. Se a personalizarmos, afastamo-nos ainda mais da sua verdadeira essência. Os rótulos limitam-nos.
O Deus e a Deusa que invoco, assim, sem outras designações, são a própria consciência da Terra, na sua manifestação passada, presente e futura.
Todos os deuses e todas as deusas são a consciência total e infinita que abarca e sustenta todas as consciências, infra-humanas, humanas e sobre-humanas.
1 comment:
Curiosamente eu digo muitas vezes em rito "Todos os Deuses e Todas as Deusas". Esses ritos são de carácter abrangente e que têm por objectivo tal como indicas-te uma ligação à Terra :)
Beta
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