Eu - sem o meu ego a fazer obstáculo. Totalmente desinteressado de mim mesmo, e das consequências que poderá acarretar para a minha pessoa esse entregar-me todo nas mãos de quem sou. Tamanha sinceridade só tem por limite Deus.
Mas ousá-lo é bem difícil. Estou cheio dos outros! O meu ego timorato acolhe-se sucessivamente nos alvéolos de assumir o que outrem de mim exige, sendo outro outrem dia a dia, ao sabor dos outros. Outros que a mim são iguais nisso de não serem senão outrem: e então, quem veradeiramente é?"
21 de Maio de 1986, Diário 20, Lima de Freitas
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